Caso de envenenamento, ocorrido em 23 de dezembro de 2024, segue em investigação, com a principal suspeita sendo Deise Moura dos Anjos, nora da mulher que preparou o doce
Publicado 6 de janeiro de 2025 às 10:46
A Polícia Civil confirmou nesta segunda-feira (6) que envenenamento por arsênio foi a causa da morte de três pessoas após consumirem um bolo em Torres, no litoral do Rio Grande do Sul. O caso, ocorrido em 23 de dezembro de 2024, segue em investigação, com a principal suspeita sendo Deise Moura dos Anjos, nora da mulher que preparou o doce.
Deise foi presa temporariamente no domingo (5) e está detida no Presídio Estadual Feminino de Torres. Ela é acusada de triplo homicídio duplamente qualificado e tripla tentativa de homicídio, com uso de veneno e motivo fútil. A prisão, com validade de 10 dias, visa dar tempo para a conclusão das investigações. A defesa da acusada informou que se manifestará “em momento oportuno”.
De acordo com Marguet Mittman, diretora do Instituto-Geral de Perícias (IGP), a farinha utilizada na preparação do bolo foi identificada como a fonte de contaminação. “As concentrações de arsênio nas vítimas eram extremamente altas, 350 vezes maiores que o necessário para ser letal em uma delas”, afirmou Mittman.
Foram coletadas 89 amostras na casa de Zeli dos Anjos, mulher que preparou o bolo. Apenas a farinha apresentou traços da substância tóxica.
Em coletiva de imprensa, o delegado Marcus Vinícius Veloso afirmou que as provas contra Deise Moura são robustas, embora detalhes como o motivo do crime e o momento da contaminação não tenham sido divulgados para preservar a investigação. “Trata-se de um crime doloso, com intenção clara”, disse Veloso.
A polícia também investiga se havia um alvo específico entre os envenenados e como Deise conseguiu o arsênio.
As mortes incluem Neuza Denize Silva dos Anjos, Maida Berenice Flores da Silva, e Tatiana Denize Silva dos Anjos, mãe, irmã e filha respectivamente. Zeli dos Anjos, de 60 anos, segue hospitalizada em estado estável. Uma criança de 10 anos, que também consumiu o bolo, recebeu alta.
Segundo a polícia, as pessoas que ingeriram o bolo notaram um sabor apimentado e estranho. Ao perceber as reclamações, Zeli interrompeu o consumo. Ainda assim, os sintomas surgiram rapidamente, resultando nas mortes e hospitalizações.
Sete pessoas da mesma família estavam reunidas em um café da tarde quando começaram a passar mal. Apenas uma delas, que não consumiu o bolo, permaneceu ilesa. Zeli havia preparado o doce em Arroio do Sal e levado para Torres.
Tatiana e Maida sofreram parada cardiorrespiratória. Neuza, por sua vez, teve como causa da morte um “choque pós-intoxicação alimentar”.
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