Dados são da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) refletem o cenário nacional, que apresentou um valor geral de vendas de R$ 53 bilhões, pouco mais de 20% acima do registrado no intervalo de 2023
Publicado 28 de novembro de 2024 às 14:00
A venda de imóveis novos apresentou uma alta de 17,9% no segundo trimestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Os dados são da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), e refletem o cenário nacional, que apresentou um valor geral de vendas de R$ 53 bilhões, pouco mais de 20% acima do registrado no intervalo de 2023.
A mesma pesquisa também mensurou a variação do número de vendas por regiões, e o resultado mostra que o Nordeste apresentou um resultado acima da média nacional, fechando o mesmo período – segundo trimestre de 2024 – com uma alta de 20,8%. Isso significa, em números totais, 17.625 unidades imobiliárias vendidas na nossa região, enquanto que no mesmo período de 2023 foram comercializadas 14.594 unidades.
Uma das incorporadoras mais destacadas do Nordeste, a Moura Dubeux, comemora esse resultado e destaca que os números da empresa foram ainda maiores, e revela a expectativa dos bons ventos continuarem soprando para as vendas na região, inclusive no Rio Grande do Norte, onde a principal praça comercial é Natal, a capital do estado, que tem algumas particularidades específicas que contribuem para o movimento positivo do mercado, conforme explica Wescley Magalhães, gerente da Moura Dubeux em Natal.
“Nós estamos vivendo a primeira safra de empreendimentos pós-provação do plano diretor, e isso fez com que o mercado rapidamente consumisse os imóveis que estavam disponíveis, ocasionado pelo represamento da demanda que tinha acontecido, não só pelo contexto econômico do país, mas também pelo período de discussão de plano diretor que acabou represando parte da demanda por falta de lançamento. Então, o contexto que a gente vive é esse, com uma economia que está proporcionando a aquisição de imóvel tanto pela demanda que estava reprimida, quanto por essa safra nova de empreendimentos”, detalha Magalhães.
O momento atual do mercado de imóveis em Natal faz crescer a expectativa de que o setor volte a viver os seus melhores tempos, que, de acordo com Wescley Magalhães, ocorreu pouco antes da Copa do Mundo de 2014, evento que teve a capital potiguar como uma das sedes.
“De maneira geral, esse aumento de vendas nesse último trimestre proporcionou uma expectativa de retomada a tempos áureos. Em Natal, o efeito do último boom imobiliário remonta a 2013 e 2012, quando Natal gozou de um período muito robusto do mercado imobiliário, por ocasião, inclusive, da presença de capital estrangeiro”, explica Wescley Magalhães.
O gestor da Moura Dubeux ainda comenta sobre o impacto do novo plano diretor de Natal, a principal especificidade para impactar o mercado imobiliário da capital potiguar nestes últimos anos.
“O principal efeito – do novo plano diretor – que eu diria é a permissão do resgate do desenvolvimento imobiliário em bairros que não eram antes permitidos, tais como Capim Macio, Ponta Negra, e principalmente Candelária, que é um bairro de médio e alto padrão, e fica conectado entre dois bairros importantes como Capim Macio e Lagoa Nova, ou seja, dois bairros que sempre performaram com empreendimentos imobiliários, e que tinham sido renegados há muitos anos, onde empreendimentos não surgiram lá por falta de permissão por parte do plano diretor anterior”, destaca o gerente da Mour Dubeux em Natal.
Para aproveitar os bons ventos que o Plano Diretor de Natal pode trazer para os negócios, a Moura Dubeux, através de outra empresa do grupo, a Mood, já lançou empreendimentos em dois desses bairros que Magalhães cita como exemplos de onde haverá o resgate do desenvolvimento. O primeiro foi lançado em Capim Macio, e o segundo, anunciado há pouco mais de um mês, será construído em Candelária.
Na última semana de outubro, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) revisou a projeção de crescimento do setor para o ano de 2024. A expectativa, que antes era de 3%, saltou para 3,5%. Os fatores que motivaram a revisão incluem o aquecimento do mercado de trabalho, o bom desempenho da área imobiliária de padrão econômico e a expectativa de crescimento mais robusto da economia neste ano e início do próximo.
Com relação ao desempenho do setor em imóveis de padrão econômico, a CBIC revelou que mais da metade dos imóveis lançados no Brasil no segundo trimestre do ano foram através do Minha Casa Minha Vida. O programa foi responsável por colocar no mercado mais de 44,7 mil imóveis, ante 23,9 mil no segundo trimestre de 2023. O salto do número de lançamentos foi de 86,7%.
NOVO – Considerando essa alta apontada pelo CBIC, é possível dizermos que esse desempenho também se reflete no Rio Grande do Norte?
Francisco Vasconcelos – Embora não tenhamos uma pesquisa que possa medir de forma efetiva o desempenho das vendas, o que temos visto nos últimos meses, nos leva a crer que o RN deve estar seguindo a mesma trajetória observada no restante do país.
NOVO – Que fatores o senhor acredita que influenciaram a alta de vendas?
FV – Nos últimos anos, ocorreu um represamento de novos lançamentos que provocou uma escassez de oferta de imóveis em nossa região. No momento, existe uma demanda reprimida que passou a ser atendida com os novos projetos que estão sendo ofertados ao mercado, principalmente pela aprovação do novo Plano Diretor de Natal. Como os preços praticados no nosso mercado ainda estão em um patamar bastante favorável aos novos adquirentes, formou-se uma condição de oportunidade para aquisição de imóveis antes que os preços venham a se elevar.
NOVO – Natal tem uma particularidade em especial nos últimos anos, que é o Novo Plano Diretor. Isso tem influenciado? Como?
FV – O novo Plano Diretor de Natal, depois de 5 anos de discussão, criou as condições favoráveis para a construção de novos empreendimentos, gerando a confiança, tanto dos empreendedores quanto dos interessados na aquisição de sua casa própria. Acreditamos que nosso mercado imobiliário deva entrar em um ciclo virtuoso, recuperando todo o tempo perdido dos anos anteriores.
NOVO – Podemos acreditar que a tendência positiva vai seguir? Até quando podemos prever boas vendas?
FV – A tendência atual é de haver a continuidade da recuperação do mercado imobiliário do RN, mas temos que tomar cuidado para manter o equilíbrio entre oferta e demanda, de forma a evitar os erros cometidos em anos anteriores.
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