Foto: Reprodução/Vídeo

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DEPOIMENTOS Natalenses que vivem nos EUA relatam momentos de apreensão e medo diante do furacão Milton

Famílias falam sobre desespero ao decidir evacuar em meio à tempestade e os riscos durante a fuga do furacão

por: Juliana Manzano, do NOVO Notícias

Publicado 10 de outubro de 2024 às 13:29

O avanço do furacão Milton trouxe dias de tensão e incerteza para natalenses que vivem na Flórida, Estados Unidos. Com a ameaça iminente de um dos furacões mais poderosos dos últimos tempos, os natalenses Mariana de Lima e Marcius Valerius tiveram que, juntamente com suas famílias, tomar decisões rápidas e difíceis para garantir a segurança.

Mariana, professora de educação especial, vive em Largo, uma cidade próxima à costa, com o marido Michael e sua filha de seis anos, Emma. A princípio, a família decidiu permanecer em casa, acreditando que o furacão não causaria grandes danos. “A gente mora a sete minutos da praia, mas nossa casa nunca alagou. Colocamos madeiras nas janelas e nos preparamos com comida e água, além de gelo para manter os alimentos”, conta Mariana.

Michael, Emma e Mariana, que é natalense, vivem em Largo/Flórida e se deslocaram para a Geórgia – Foto: Arquivo pessoal

Contudo, o cenário mudou de forma alarmante na quarta-feira, quando perceberam que o furacão continuava na categoria 4. “Decidimos sair de última hora. Foi uma decisão difícil porque, com o furacão já tão perto, estávamos sem um plano. Mas sabíamos que ficar seria muito arriscado”, explica. Eles seguiram em direção à Geórgia, enfrentando chuvas intensas e ventos fortes nas primeiras horas da viagem. “A pressão do vento no carro era enorme, foi muito tenso”, descreve.

A tensão continuou quando o pneu do carro furou em uma área deserta na Geórgia. “Encontramos um anjo em um posto de gasolina que nos ajudou. Agradecemos a Deus por ter acontecido o problema com o pneu já em uma área mais tranquila. Se tivesse sido no local mais tenso, não sei o que poderia ter acontecido. Ao invés de oito horas, tempo normal para este trajeto, levamos doze para chegar a Atlanta, mas estávamos a salvo”, relata Mariana. Agora, ela aguarda com ansiedade para saber se a casa resistiu à força do furacão. “Só voltaremos no sábado, mas acredito que estará tudo bem”, diz, esperançosa.

Já o jornalista Marcius Valerius vive em Orlando, uma cidade mais central da Flórida, onde os impactos do furacão foram menores. “Inicialmente, esperávamos que o Milton chegasse como categoria 4, mas ele perdeu força ao tocar o solo”, conta Marcius, que mora com a esposa Nina e o filho de dois anos. O furacão chegou à região com categoria 1, trazendo fortes ventos e chuvas intensas, mas sem grandes destruições. “O vento foi muito forte, derrubou galhos de árvores e causou alguns alagamentos, mas nada comparado às áreas mais próximas da costa”, explica.

Apesar da tensão, o jornalista Marcius Valerius, a esposa Nina e o pequeno Liam não precisaram sair de casa – Foto: Arquivo pessoal

Enquanto a tempestade avançava, medidas emergenciais foram tomadas pelo governo local, incluindo ordens de evacuação e a suspensão de pedágios para facilitar o deslocamento da população. “Mesmo sem estarmos em uma área de evacuação, o medo era constante”, comenta Marcius. A preocupação maior, no entanto, foi com o abastecimento de água e energia. “A água poderia subir facilmente, trazendo sujeira. A energia também foi instável, mas aqui em casa não faltou”, afirma.

Nas regiões costeiras, como Sarasota e Tampa, as imagens de destruição chocaram os moradores. “Vimos muitas transmissões sendo interrompidas por falta de energia e pessoas mostrando alagamentos graves. É difícil ver o que está acontecendo tão perto”, conclui Marcius.

Vídeo gravado e cedido pelo jornalista Marcius Valerius, por volta das 2h da madrugada (horário local), quando o furacão Milton passava por cidade próxima a Orlando
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