Alexandre Américo apresenta "Bípede sem pelo"durante todo o mês de junho em São Paulo. Foto: Paulo Santos

Alexandre Américo apresenta "Bípede sem pelo"durante todo o mês de junho em São Paulo. Foto: Paulo Santos

Cultura

É potiguar Dançarino Alexandre Américo apresenta temporada inédita em São Paulo

Durante todo o mês de junho, o artista e pesquisador de dança contemporânea Alexandre Américo apresentará o espetáculo solo “Bípede Sem Pelo”, no Sesc Avenida Paulista, coração de São Paulo

por: NOVO Notícias

Publicado 28 de maio de 2024 às 16:34

Alexandre Américo apresenta "Bípede sem pelo"durante todo o mês de junho em São Paulo. Foto: Paulo Santos

Alexandre Américo apresenta “Bípede sem pelo”durante todo o mês de junho em São Paulo. Foto: Paulo Santos

O artista potiguar e pesquisador de dança contemporânea Alexandre Américo inicia no dia 7 de junho um momento inédito para a representação cultural do Rio Grande do Norte no país. Durante todo o mês de junho, Américo apresenta o espetáculo solo “Bípede Sem Pelo” no coração de São Paulo, o Sesc Avenida Paulista.

“Um espetáculo de dança solo é muito difícil de conseguir qualquer espaço, quanto mais uma temporada mensal. Esse é um grande momento para a nossa dança. E ainda mais que trago toda um trabalho de referências aos orixás, sou do Nordeste, um homem negro e um artista com deficiência”, afirma Alexandre.

A peça de dança é fruto das pesquisas e experimentações que Alexandre Américo, tendo “Bípede Sem Pelo”, que é dirigido pelo também potiguar Pedro Vitor, começado sua montagem especificamente em 2021, dando seguimento ao trabalho “Cinzas ao Solo” de 2016.

A sinopse apresenta o espetáculo diz: “O Bípede perdeu os pelos, o cérebro, a razão. Ele gira e na gira faz do mundo a carne de seu corpo”. Esta peça torce a ideia do animal humano, o Bípede Sem Pelo, e revela, assim, feito um corpo-que-dança-em-transe-que-dança-corpo, um evento estético que nos põe em continuidade com as coisas mundanas, em giros, saltos cruzamentos e amarrações, devolvendo-nos um saber próprio das manifestações culturais da terra.”

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O espetáculo que será apresentado em São Paulo também marca os dez anos do projeto poético e de movimento desenhado por Alexandre a partir de sua convivência com a epilepsia mioclônica juvenil, uma síndrome epiléptica generalizada caracterizada por abalos involuntários nos membros, especialmente nos braços e nas mãos, e com o TDAH.

“Fazem parte do escopo imagético de referências deste trabalho as imagens dos orixás Omolu e Iansã com suas palhas-da-costa e seus ventos, o culto aos Egun-eguns na Bahia, a dança dos orixás, estátuas de bronze encontradas no Egito Antigo, o Manto do Bispo do Rosário, a figura do Cronos devorando o filho, bem como do Atlas suspendendo a Terra, fotografias de pessoas em transe feitas por Pierre Verger e sonoridades advindas do Oriente”, explica ele.

Quem é Alexandre Américo

Artista caiçara neurodivergente, pesquisador da Dança com Licenciatura em Dança e Mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas (PPGARC), ambas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Alexandre Américo foi aluno especial de Doutorado em Estudos da Mídia (UFRN) e Diretor Artístico da Cia GiraDança, de 2018 a 2023 (Natal-RN).

No momento dirige a Corpo Mudança (Fortaleza-CE) e é atuante na área da investigação em Arte Contemporânea, com enfoque em estruturas performativas, improvisação, Cripstemologia (teoria aleijada) e seus desdobramentos dramatúrgicos. Com um perfil que transita com facilidade entre a academia e o palco, Alexandre acredita que teoria e prática caminham de mãos dadas, uma servindo à outra.

“Toda a minha formação no universo da dança cênica se deu, simultaneamente, dentro e fora dos espaços acadêmicos, e por isso me empenho em borrar as fronteiras entre o que é e o que não é academia. Penso que fazer dança é fazer conhecimento, e por isso me interesso em tecer um diálogo constante entre autores dentro de minhas criações. Para esta peça, em especial, tenho como suporte teórico o texto Bípedes Sem Pelo: o caso das emoções, do Prof. Dr. Marcos Bragato, para me ajudar a pensar o que é esse humano dentro da ciência em relação à dança. E com o Michel Maffesoli e seu livro Ecosofia: uma ecologia para nosso tempo_, que me auxilia no entendimento desse humano contemporâneo que busca se relacionar de maneira a não se separar da natureza e seus processos”, reflete Américo.

FICHA TÉCNICA
Dança e Coreografia: Alexandre Américo
Direção: Pedro Vitor
Interlocução Cênica: Laura Figueiredo
Interlocução Coreográfica: Elisabete Finger
Cenografia: Ana Vieira e Jô Bomfim
Luz: Camila Tiago
Montagem de luz: David Costa
Operação de Luz: Nicholas Matheus e Pedro Vitor
Fotografia divulgação: Carol Pires, Cayo Vieira, JAN e Maria Antônia Queiroz
Design Gráfico: Yan Soares e Maria Antônia Queiroz
Produção: Listo Produções – Celso Filho e Corpo Rastreado – Lucas Cardoso
Duração: 01h
Classificação indicativa: 16 (nudez).

SERVIÇO

Bípede sem pelo
Com Alexandre Américo (RN)
De 7 a 30 de junho de 2024. Sextas e sábados, às 20h. Domingos e feriados, às 18h.
Local: Estúdio (4º andar).
Ingressos: R$40 (inteira), R$20 (Meia) e R$ 12 (Credencial plena). Vendas a partir de 28 de maio, às 14h, online e nas bilheterias das unidades do Sesc SP, a partir das 14h do dia 29 de maio.

SESC AVENIDA PAULISTA
Avenida Paulista, 119, Bela Vista, São Paulo
Fone: (11) 3170-0800
Transporte Público: Estação Brigadeiro do Metrô – 350m
Horário de funcionamento da unidade: Terça a sexta, das 10h às 21h30. Sábados, das 10h às 19h30. Domingos e feriados, das 10h às 18h30.

 

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