Prefeitura Municipal de Natal – Foto: Rogério Vital/NOVO Notícias
Faltando menos de seis meses para o início das convenções partidárias, e pouco mais de oito meses para as eleições municipais de 2024, a cidade de Natal tem pelo menos nove nomes postos à mesa, e que em algum momento já demonstraram interesse em disputar a Prefeitura de Natal. Da esquerda à direita, passando pelo centro, as opções de hoje contam com três mulheres e seis homens, com nome estreante em eleições, com ex-prefeito querendo voltar e até ex-prefeito de outra cidade do RN.
Dos nove, alguns estão mais ativos na busca pela consolidação da candidatura, e outros, apesar de já terem declarado a intenção, parecem ter desacelerado ou nem mesmo entrado de fato na corrida. Paulinho Freire (União) foi o primeiro a reunir lideranças em um evento político e divulgar ‘oficialmente’ sua pré-candidatura.
Além dele, estão alguns passos adiantados na disputa as pré-candidatas Natália Bonavides (PT), Joanna Guerra (Republicanos), e o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PSD). Com um pouco menos de ímpeto aparecem Eudiane Macedo (PV), Rafael Motta (PSB), General Girão (PL), Sargento Gonçalves (PL), e Luiz Eduardo (SDD), que no último pleito municipal, em 2020, foi reeleito prefeito de Maxaranguape, cargo que renunciou no ano seguinte para se dedicar à eleição para deputado estadual, ocorrida em 2022, e que obteve êxito.
Dos nove pré-candidatos, Carlos Eduardo Alves, Joanna Guerra e Rafael Motta estão sem mandato. Joanna tentará fazer sua estreia nas urnas neste ano.
Para entender melhor essa mistura de pretensos candidatos, o NOVO ouviu o sociólogo e analista político Thiago Medeiros, que apontou o caminho das pedras para que os atuais concorrentes possam fortalecer suas pré-candidaturas. Ele explica que todas as pré-candidaturas precisam, antes de tudo, se sustentar em dois pilares: a primeira é mais relacionada à questão propriamente eleitoral, ou seja, das intenções de votos e da receptividade da população com relação a ela. A segunda é a política partidária.
“Eles – os pilares – precisam caminhar juntos. Uma campanha que tem só apelo popular, mas acaba não se sustentando em termos políticos partidários, pode sofrer alguns problemas lá na frente”, contextualiza Thiago Medeiros. A partir desse preâmbulo, o analista político explica ao NOVO as particularidades de cada uma das pré-candidaturas postas.
Natália Bonavides (PT)
“No caso da Natália Bonavides, que já se apresentou e o partido já fechou questão, ela é de uma federação, isso é importante para ela, que também tem o governo estadual e o governo federal, onde Lula foi o mais votado em Natal. Muitos falam de dificuldades do PT dentro da capital, mas vale lembrar que Lula foi o vencedor na capital contra Bolsonaro. Natália é conhecida, apesar de só ter disputado cargos legislativos, e não ainda uma majoritária, que tem uma diferença muito forte”, explica Medeiros. O sociólogo aponta a possível grande dificuldade da pré-candidata do PT: “quando você vai para uma candidatura majoritária, tem-se uma amplitude maior de pessoas que são necessárias, não só aqueles do espectro do grupo do qual você faz parte, é preciso ir além, e essa talvez seja a grande dificuldade ou a grande barreira a ser transporte de Natália, que tem uma parte da população que a conhece, mas ela precisa convencer essa outra gama”.
Carlos Eduardo (PSD)
Carlos Eduardo – Foto Elpidio Junior – CMN
“Carlos Eduardo, sempre liderando as pesquisas, assim como em outras eleições, por exemplo, a do Senado, e a eleição de governador, que ele perdeu, aprendeu que liderar pesquisas ou viver do testado e aprovado tem uma dificuldade, há uma barreira imposta. Ele precisa olhar um pouco mais para frente, apresentar quais são os seus projetos. Sua gestão na prefeitura, inclusive bem avaliada, me parece que não é o suficiente para ele vencer. Para que possa lograr êxito, ele vai ter que olhar e convencer as pessoas de um novo projeto. Não é a Natal do passado que se quer, é a Natal que olha para frente. Então ele vai ter que apresentar esse projeto”, explica Thiago Medeiros, que completa: “Agora, a grande dificuldade de Carlos Eduardo é também a estrutura política. Ele mudou de partido, saiu do PDT e foi para o PSD, mas precisa fazer uma composição para tornar a sua candidatura politicamente forte. Ele parte de um bom ponto no sentido de aceitação na sociedade, mas vai ter que ir além. E precisa dessa sustentação política para poder conseguir isso. Fortalecer o projeto político e apresentar qual é esse Carlos Eduardo de hoje, são as principais dificuldades dele atualmente.
Paulinho Freire (União)
Paulinho Freire pré-candidato a prefeito de Natal – Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados
“Esse sim, me parece, que chega com uma estrutura fortíssima, política, trazendo partidos. Políticos, variadores, ou seja, me parece um desejo muito mais da classe política, mas também precisa combinar com os russos, precisa saber se a população quer. Ainda a nível de pesquisa, ele não consegue despontar. Paulinho, apesar de ter várias campanhas, ter sido vice-prefeito, ainda precisa ser mais conhecido para poder avançar. Então, Paulinho tem uma dificuldade, agora não da parte política, mas de apresentar um projeto e ser aceito pela sociedade enquanto político, como personagem político, para essa candidatura de prefeito. Então, essa é a sua principal dificuldade. É por aí que ele deve avançar. Apresentar um projeto, rodar a cidade, se tornar conhecido. Um palanque forte, já foi visto que no Rio Grande do Norte, não é o suficiente para vencer uma eleição. As pessoas precisam aceitar. Não é só por parte política que se vai ter votos”, diz Thiago Medeiros.
Joanna Guerra (Republicanos)
Joanna Guerra – Foto: Divulgação
“Joanna Guerra, teoricamente, se escolhida como candidata do prefeito Álvaro Dias, vai enfrentar um grande desafio nos dois campos. No campo da formação, como personagem política, como uma candidata, ela não é conhecida na cidade e representa a continuidade de Álvaro. Por isso é importante olhar para rejeição ou aprovação da gestão do atual prefeito. Os dois pilares de Joanna precisam ser reforçadas. Do ponto de vista da política partidária, precisa-se fortalecer esse projeto, buscar viabilidade, e, ela também precisa se apresentar. Ela está andando, buscando aparecer, buscando voz, conta com isso, e a gente sabe que faz diferença quando você tem a mão na máquina. Mas, Joanna Guerra vai ter um grande desafio que é além de se tornar conhecida, enfrentar a desconfiança das pessoas diante de um novo nome, que geralmente acontece. Ela tem que apresentar um projeto sólido e robusto para a sociedade poder avaliar”, explica o sociólogo Thiago Medeiros.
Outros candidatos
O analista político Thiago Medeiros destaca que outros cinco pré-candidatos enfrentam desafios particulares. Eudiane Macedo, representante do PV, tem obstáculos relacionados à federação, pois o PT mantém a candidatura de Natália Bonavides. Rafael Motta, atual secretário de Álvaro Dias, busca consolidar sua posição, considerando a pressão do PSB
nacional para sua candidatura. Já Luiz Eduardo, deputado estadual (Solidariedade), precisa superar questões de viabilidade política para fortalecer candidatura. Os candidatos Girão e Sargento Gonçalves, ambos alinhados à direita, encontram barreiras políticas no partido PL, cujo presidente, Rogério Marinho, já declarou apoio a Paulinho Freire. Essa aliança dificulta a viabilização de suas candidaturas, a menos que haja uma mudança de postura do PL em Natal.
Pontos fortes e pontos fracos dos principais pré-candidatos
Na análise do NOVO, tentamos elencar algumas forças e fraquezas de cada um dos nomes postos até o momento na disputa pelo Palácio Felipe Camarão. Confira.
- Natália Bonavides (PT)
Positivos
Apoio da Governadora
Apoio do Governo Federal
Base forte da militância
Negativos
Precisa superar a barreira de o PT não vencer em Natal
Federação tem outra pré-candidata
Precisa furar a bolha para além do seu público
- Carlos Eduardo (PSD)
Positivos
Líder de pesquisas
Já administrou a cidade
Nunca perdeu uma eleição para prefeito
Negativos
Apesar de bem avaliado, ele é um gestor do passado
Precisa mostrar que tem um novo projeto
Montar uma base política
- Paulinho Freire (União)
Positivos
Apoio de cinco grandes partidos
Candidato de dois dos três senadores
Apoio de mais da metade da Câmara Municipal
Negativos
Precisa do apoio popular, além do apoio político
- Joanna Guerra (Republicanos)
Positivos
Apoio do prefeito Álvaro Dias
É a ‘planejadora’ de importantes projetos na cidade
Tem a força da ‘máquina’
Negativo
Inexperiente
Precisa superar outro pré-candidato do grupo de Álvaro
Desconfiança do povo em relação a ela ser ‘novidade’
- Rafael Motta (PSB)
Positivos
Apoio do vice-presidente
Teve bom capital eleitoral na disputa ao Senado
É considerado candidato Jovem
Negativos
Precisa agregar apoios locais
Superar outra pré-candidata do grupo de Álvaro
Está sem mandato
- General Girão (PL)
Positivos
Apoio de bolsonaristas
Aparece entre os mais citados em pesquisas
Se declara o parlamentar com mais emendas destinadas a Natal
Negativos
Precisa furar a bolha da extrema direita
Superar outro pré-candidato do mesmo partido
Superar a opção do presidente do partido de apoiar outro pré-candidato
- Sargento Gonçalves (PL)
Positivos
Identificado com a pauta da segurança
Nome ‘novo’ no cenário
Apoio de bolsonaristas
Negativos
Precisa furar a bolha da extrema direita
Superar outro pré-candidato do mesmo partido
Superar a opção do presidente do partido de apoiar outro pré-candidato
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