Economia

Caminhos do RN: setor produtivo prevê crescimento da economia em 2024

Redução de impostos, início da nova concessão do Aeroporto Aluízio Alves, obras do PAC 3, a nova lei estadual das PPPs e os bons resultados da economia nacional projetam um ano positivo para a economia potiguar

por: NOVO Notícias

Publicado 8 de janeiro de 2024 às 15:00

Segmentos da economia esperam que o RN garanta um ambiente saudável para atração de novos empreendimentos
– Foto: Daniel Herrera/Sedec

O Rio Grande do Norte deve receber um significativo aumento de investimentos da iniciativa privada em 2024, começando com o início das operações do Aeroporto Internacional Governador Aluízio Alves, que passará a ser administrado pela Zurich Airport. O Estado contará ainda com as obras do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), algo que deve oferecer ao RN uma melhoria na infraestrutura, abrindo portas para novos investimentos.

Para entender as expectativas de representantes da economia potiguar, o NOVO ouviu algumas entidades do setor. Dessas conversas, os entrevistados apontam pontos em comum na perspectiva de investimentos que podem ajudar a fazer de 2024 um ano melhor na economia do RN.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio RN) adota perspectiva otimista para a economia potiguar em 2024.

“A manutenção do ICMS em 18% é uma variável que promete impactar favoravelmente no desempenho do comércio. A recente regulamentação da Lei das Parcerias Público-Privadas (PPPs), em 23 de dezembro, abre portas para a atração de novos investimentos significativos, fortalecendo o potencial econômico do estado. Além disso, a previsão de recursos do PAC em diversas áreas e os movimentos no setor de Petróleo e Gás, com descomissionamento de plataformas e perfuração de poços na Margem Equatorial, são aspectos promissores”, explica o presidente da Fecomércio RN, Marcelo Queiroz.
Apesar das boas perspectivas para 2024, a Fecomércio apresenta também alguns pontos de preocupação, que podem se tornar desafios a serem superados neste ano.

No contexto local, a Fecomércio RN manifesta sua preocupação diante dos riscos e das consequências decorrentes de mudanças nos regimes especiais de tributação ou na revisão de incentivos fiscais concedidos às atividades econômicas, como ocorreu com o segmento atacadistas e centrais de distribuição de produtos, em decreto estadual publicado em novembro passado. “Tais medidas não apenas elevam os custos dos produtos para o consumidor final, podendo resultar na diminuição dos níveis de consumo, mas também implicam na perda de competitividade. É crucial ressaltar que o ambiente de negócios se torna menos atrativo para as empresas já instaladas ou aquelas que poderiam considerar novos investimentos no estado”, completa Marcelo Queiroz.

A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), também compartilha com o NOVO as suas esperanças de dias ainda melhores para a economia no RN, e destaca ações recentes que podem auxiliar na busca de melhores resultados este ano.

“2023 foi um ano de superação, mas as recentes notícias de final de ano trazem um novo ânimo de esperança para 2024. Destaco os anúncios pelo governo do estado da regulamentação da lei de PPPs, que trazem uma expectativa real de investimentos; e a garantia do recurso para pagar a atual operadora do aeroporto, Inframérica, que apontam para a esperança de efetiva viabilização do nosso aeroporto através do comando da Zurich”, desta Roberto Serquiz, presidente da FIERN.

Se a economia apresenta um desempenho melhor, é natural que a quantidade de empregos também aumente, gerando mais renda para as famílias potiguares. Marcelo Queiroz, presidente da Fecomércio, lembra que o número de novos postos de trabalho de janeiro a outubro em 2023 apresentou variação negativa com relação a 2022 (21.926 contra 22.992), apontando ainda que o número de beneficiários do programa Bolsa Família foi maior que o de empregados com carteira assinada em 2023. “503,8 mil famílias atendidas pelo Bolsa Família contra 480,2 mil empregados”.

Diante desse cenário, ele destaca o que acredita ser necessário para virar a chave e mudar esses números. “A Fecomércio entende que, para impulsionar a geração de emprego e, consequentemente, de renda, é preciso uma abordagem abrangente, que priorize a melhoria do ambiente de negócios. Incentivar a simplificação e desburocratização dos processos empresariais, reduzindo custos e prazos para abertura e regularização de empresas, é crucial. Também destacamos a importância de parcerias público-privadas para desenvolver infraestrutura, facilitando o escoamento de produtos e contribuindo para a competitividade das empresas”, diz Marcelo Queiroz, que completa: “Além disso, a implementação de políticas de capacitação profissional alinhadas às demandas do mercado, especialmente nas áreas de comércio e serviços, pode fortalecer a mão de obra local e atrair investimentos. O Sistema Fecomércio RN, por meio do Senac, dá uma contribuição importante neste sentido. Devemos chegar a cerca de 30 mil matrículas em 2023 aqui no estado, com destaque para importantes projetos de formação em parceria com entidades como a Secretaria Estadual de Turismo e a Prefeitura de Mossoró”.

Maior apoio ao empreendedorismo

Já o presidente da FIERN, Roberto Serquiz, defende que o apoio ao empreendedorismo pode ser uma saída para ajudar a desenvolver a economia e promover maior disponibilidade de emprego e aumento da renda no estado.

“A FIERN está trabalhando para agregar valor aos setores, incentivando a inovação e a pesquisa. Cabe ao estado criar um ambiente de negócios favorável ao empreendedorismo, simplificar cada vez mais o licenciamento, e revisar algumas legislações, como a Lei Complementar 272/2004, além de continuar apoiando os investidores que acreditam em nosso estado”, diz.

Serquiz ainda aponta a prioridade a alguns projetos de infraestrutura como uma ação que vai oferecer novos e melhores ares para o setor econômico potiguar.

“Priorizar a recuperação das estradas, a imediata ativação do Porto de Natal e efetivar o início do novo operador do nosso aeroporto internacional. Considerando a reforma tributária promulgada, fazer um planejamento para acompanhar o processo de transição e definir passos importantes, para que em 2033, quando acabarão definitivamente os benefícios fiscais, o estado esteja preparado para um novo momento, onde irão prevalecer as vocações de cada local e/ou região”, completa Roberto Serquiz, presidente da FIERN.

Retomada da vocação potiguar do turismo

Praia de Ponta Negra

Praia de Ponta Negra – Foto: Carlos Azevedo/NOVO Notícias

Um dos setores que mais movimenta a economia potiguar é o do turismo. Intimamente ligada a esse setor, a hotelaria potiguar é um fiel termômetro do desempenho turístico do Rio Grande do Norte. Para isso, conversamos com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do RN, Abdon Gosson, que nos contou um pouco sobre os desafios e as expectativas do setor.

Confira a entrevista

Quais os desafios e expectativas da ABIH RN para 2024?
O desafio é trabalharmos para aumentar o número de turistas e visitantes em nosso estado, que impactará diretamente no crescimento e desenvolvimento do Rio Grande do Norte. A nossa expectativa é que realmente haja um crescimento significativo, ainda mais nesse momento, que até este ano, 2024, consideramos um período de retomada pós-Covid.

Qual a expectativa da ABIH-RN em relação a geração de empregos para o setor hoteleiro em 2024? O que isso representa se comparado a 2023?
A expectativa é de crescimento, quanto mais equipamentos hoteleiros no estado, mais geração de emprego. Hotéis cheios, significam turistas no destino, gerando empregos diretos em 52 segmentos ligados ao setor, fora os indiretos e terceirizados. A chegada de um hotel aquece a economia em qualquer lugar do mundo, então, a nossa expectativa é positiva.

A hotelaria é uma das principais atividades econômicas do estado graças ao potencial turístico do RN. Há espaço para crescimento? O que o senhor acredita que possa ser feito para acontecer?
Há muito espaço para crescimento, a maior prova disso é que só existia turisticamente no turismo de sol e mar, Natal e Pipa. Hoje, nós temos São Miguel do Gostoso, e estamos despontando fortemente com Galinhos, e podemos ter outras opções, como, por exemplo, podemos citar o Vila Galé, no município de Touros. Nossa expectativa é o crescimento da hotelaria naquela região, ou seja, temos condição para a chegada de novos hotéis, no litoral Sul também. É possível dobrar o número de hotéis e leitos em nosso estado, ampliando a capacidade de receber facilmente os turistas que procuram nosso destino com conforto, segurança e qualidade a nível mundial. Ainda em relação ao que pode ser feito para esse desenvolvimento acontecer são os governos investirem em infraestrutura, estradas, iluminação, saneamento, segurança, e o resto pode deixar que o empresariado traz seus grandes investimentos e faz com que essa cadeia produtiva do turismo gere mais empregos e renda para nosso estado.

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