Olhar diretamente para o sol, mesmo encoberto, pode causar sérias lesões aos olhos e prejudicar a visão. No próximo sábado (14), o Rio Grande do Norte terá o privilégio de estar numa posição estratégica para observar o eclipse solar anular. No entanto, o que pouca gente sabe é que isso pode ser suficiente para prejudicar permanentemente a visão e, por isso, alguns cuidados são imprescindíveis para proteger os olhos e evitar riscos à saúde visual.
No momento do eclipse, o sol será coberto quase totalmente pela lua e formará um “anel de fogo” no céu, uma borda fina da estrela, ao redor da silhueta lunar. Natal é uma das capitais brasileiras que poderá melhor observar este fenômeno astronômico tão aguardado. Será possível ver o exato momento em que a Lua ficará inteira em frente ao Sol, cobrindo-o quase em sua totalidade.
“Durante um eclipse solar, se não for feita a proteção adequada, a concentração e intensidade de radiações pode causar uma queimadura na retina, o que poderá ocasionar sério comprometimento da visão. Mesmo com a proteção adequada, recomenda-se observar o efeito do eclipse por, no máximo, 30 segundos seguidos e com intervalos mínimos de um minuto até a próxima visualização”, explica o oftalmologista Anderson Martins, do Hospital de Olhos de Parnamirim. No @hoparnamirim é possível encontrar dicas sobre a melhor forma de proteger a visão e visualizar o fenômeno com segurança.
Os equipamentos corretos para visualizar o eclipse são o vidro de soldador de nível 14 ou superior; o filtro de poliéster aluminizado; e/ou filtro de polímetro preto. Esses materiais podem ser encontrados em lojas de material de construção e usufruídos com segurança desde que o fabricante comprove a certificação ISSO 12312-2 ou CE.
É importante lembrar que é extremamente perigoso que se use alternativas, como filmes fotográficos ou radiografias, óculos escuros comuns (mesmo que se use vários ao mesmo tempo) ou lentes de câmeras, mesmo pela tela de um celular.
Na capital potiguar, alguns horários relevantes incluem o início da parcialidade às 15h29, o início do anel (anularidade) às 16h43, a anularidade máxima às 16h45 e o fim da anularidade às 16h47.O fenômeno passará então pela sua última fase, de nova parcialidade, com a Lua agora saindo da frente do disco solar. Esse último momento poderá ser acompanhado somente até o pôr do sol às 17h13, marcando o fim da visibilidade do eclipse.
ONDE VER?
Com uma duração total de 1h44min, em Natal, o eclipse anular poderá ser observado em alguns lugares que contarão com uma programação especial. Além do Pátio da Base Aérea de Natal, o fenômeno também vai poder ser visto do Parque da Cidade, em evento organizado pelo Planetário Barca dos Céus, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em parceria com o Parque da Cidade, gerido pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb).
Preparando as pessoas para este momento, o projeto de extensão Barca dos Céus programa um evento para a observação coletiva do eclipse em tempo real.
A programação de observação do eclipse anelar começa às 14h e vai até as 18h30, abrangendo diversos momentos-chave do eclipse. Inclui atividades pedagógicas explicando aspectos da dinâmica do sistema Sol-Terra-Lua e do que será observado no eclipse, bem como atividades culturais, como danças circulares dos povos, roda de capoeira, e apresentação musical. E acontece na praça de eventos do Parque, em frente ao prédio da administração.
O evento é gratuito e aberto ao público, mas vale ressaltar que um eclipse solar só pode ser observado com filtro especializado ou olhando para projeções de imagens do Sol sobre materiais opacos de cor clara. Recomenda-se levar água, usar protetor solar e, para a observação, vidro de soldador 14, encontrado em lojas de materiais de construção e de ferramentas.
“É importante adquirir ou encomendar com antecedência pois as lojas (de ferramentas e materiais de construção) costumam dispor de numeração menor, que não oferece proteção suficiente. Formas adequadas de manusear o vidro estão sendo orientadas nas redes sociais do projeto do Planetário Barca dos Céus”, explica a professora do Departamento de Física da UFRN e coordenadora do Planetário Barca dos Céus, Auta Stella.
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